16 de jul. de 2011

Dia sério...

Escrito em dezembro de 2010.
Madrugada chuvosa, manhã nublada, dia estranho e sem perspectiva de mudança. É primavera na caótica São Paulo mas o termômetro não passa dos 20°C, e isso porque houve uma queda de temperatura inesperada, já que até anteontem os termômetros marcavam por volta de 36°C.
Aqui é sempre assim, temos que sair de casa com um arsenal dentro da bolsa. Blusa, protetor solar, guarda-chuva, óculos de sol, galochas e boné. (Pensamento 1: Isso não entra na minha cabeça). (Pensamento 2: Depois dizem que bolsa de mulher pesa... a gente é prevenida!)
O dia estava sério nesta terça-feira, tinha um ar suspeito, romântico e curto, sugeria filme, pipoca, sofá e cobertor, claro que uma companhia aconchegante não ia nada mal.
Plenas dez horas da manhã e eu interrompendo o trabalho para escrever, este trabalho que todo mundo finge fazer já que está cada dia mais difícil encontrar possíveis clientes dispostos a nos atender e fora que estamos próximos das férias natalinas.
Contei sobre como foi péssimo voltar pra casa no dia anterior. Pense em duas coisas que não combinam de jeito nenhum, se tu pensou na chuva e eu, parabéns, acertou!
Somos totalmente incompatíveis e tenho dois bons motivos para isso, o primeiro deles é que meu cabelo não pode sentir sequer o orvalho da manhã que fica uma droga, pedindo pra ser lavado.
O segundo deles é que eu não sei andar na chuva. No meu mundo, a chuva é ao contrário, ela vem de baixo pra cima, de lado, de qualquer forma. Não se espante! Se quiser comprovar, tente algum dia caminhar ao meu lado na chuva, eu mesmo de guarda-chuva consigo me molhar da cabeça aos pés.
Na segunda, ao sair do trabalho, estava uma chuva absurda, parecia que o céu estava desabando. Aguardei por um instante na recepção até amenizar e a bendita tava era aumentando. Depois de vinte minutos de espera, eis que ela diminuiu e fomos caminhando a Leide e eu rumo ao metrô Santa Cecília. Lá no terminal, tinha tanta água que precisamos pular as poças e adivinhem só... lá fui eu, pular. Taquei meu pezinho esquerdo dentro da poça e consegui molhar toda minha perna e pé direito!
Juro que até agora estou tentando descobrir como eu fiz isso, parece mágica, é algo que só eu consigo. Existem certas coisas que acontecem comigo que juro que tento entender mas nem de perto chega à ago descritível.
Demorei a valer pra chegar em casa pois o transito estava uma porcaria. O tempo ainda está ruim e se continuar assim até o resto da semana, com certeza terei outras coisas absurdas a respeito da chuva para contar.
Enfim, não gosto de dias assim, onde a chuva reina bem na hora do rush. Acordar cedo parece cansativo, dormir tarde parece mais exaustivo, perder a hora parece ser lei. O relógio trabalha devagar, as pessoas conversam à volta, a gente ri um pouco e sente vontade de deixar de ser algo, afinal já deixamos de ser alguém quando não há opções sobre o que fazer. Escrevo enquanto trabalho, trabalho enquanto escrevo e ninguém entende minhas expressões faciais enquanto trabalho duplamente.